Afinal, o que é mais determinante para sermos quem somos, o nosso DNA ou a nossa cultura?
Se considerarmos apenas nossa distinção enquanto espécie, obviamente, nosso DNA determina quem somos. Nós resultamos de uma evolução de mais de 4 bilhões de anos.
Mas, segundo cientistas, a quantidade total de informações em nosso gene é algo como 100 milhões de bits. Um bit de informação é a resposta a uma equação de sim ou não.
Para você ter uma breve noção do que isso representa, um livro do Harry Potter contém cerca de 2 milhões de bits. Logo, a informação genética de um ser humano equivale a aproximadamente 50 livros de Harry Potter.
E mais, a quantidade de informações transmitidas pela internet nesse exato momento é 100 mil vezes maior do que a contida no nosso DNA. Cerca de 50 mil livros novos, somente de língua inglesa, são lançados por ano no mundo. Com a vantagem de que toda essa informação pode ser alterada e atualizada rapidamente.
Enquanto isso, o nosso DNA pode mudar cerca de 1 bit por ano apenas.
Mesmo que parte de toda a informação acrescentada seja inútil, ainda assim, ela é milhões de vezes maior do que a do DNA humano, se não for bilhões.
Então, podemos afirmar sem medo que vivemos uma nova fase de evolução, a fase de transmissão externa. Já não somos mais fruto apenas do material genético transmitido. E não é de agora. Essa fase vem se transformando faz mais de 10 mil anos, desde que desenvolvemos as primeiras formas de linguagem escrita.
É verdade que não somos mais fortes nem inerentemente mais inteligentes do que nossos ancestrais das cavernas. Mas o que nos distingue deles é o conhecimento que acessamos.
Ainda temos instintos primitivos que nos governam, mas um ser humano que se diferencia dos demais, certamente não faz isso devido a sua informação genética, mas sim ao conhecimento que é capaz de aplicar, de forma prática, em sua vida.